balanço festrio

O saldo desse Festival do Rio em geral foi fraco: foram poucos os filmes que realmente tiveram uma proposta de um cinema de ponta. Nesses os destaques foram Mal dos Trópicos, o estranhíssimo filme do tailandês de nome difícil, e o ambicioso cinema de climas da sempre presente Claire Denis. Três filmes dos vovôs da nouvelle vague comprovaram que o antigo caminha de mãos dadas com o novo: tanto Godard (Nossa música), Rivette (Marie e Julien) e Rohmer (Agente Triplo) realizaram trabalhos com um grande nível de inventividade, em maior ou menor grau. O cinema latino marcou presença, com trabalhos como La Nina Santa, O Abraço Partido, Whisky e Temporada de Patos, entre outros. O cinema brasileiro não vai tão mal quanto se pensa, com trabalhos dignos (nem todos vistos, diga-se) como Quase Dois Irmãos, Bens Confiscados, Feminices. Mas não surgiu desse Festival um grande filme brasileiro como Madame Satã, no ano passado. De resto, muito cacoete e firula, uma obra-prima de grande intensidade (Nobody knows) mas ainda assim irregular. Alguns filmes honestos da expectativa (Sem Rumo, Whisky, Da Terra do Silêncio, Dia e Noite) mas nada como o surpreendente Shara, por exemplo, ou como o extraordinário Japón. Os orientais, mal escolhidos, foram abaixo de outros anos. Com tudo isso, o grande destaque desse Festival foi, ironicamente, KILL BILL, um filme do mais puro cinemão americano, que passaria por aqui de qualquer maneira, com ou sem Festival do Rio. Este também foi o primeiro ano que não vi NENHUM filme da retrospectiva de cineasta antigo, já que os filmes de Leone passaram em horários ruins, com cópias ruins e nenhuma raridade. Quanto ao Festival, cada vez mais o acho uma picaretagem sem tamanho, um local para festas e para as sociais, muito mais que para os filmes. Tenho a certeza que São Paulo será muito melhor. No entanto, estou MUITO cansado para pensar em cinema. Preciso de férias. (oh!)

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