Um estilo e um esgar

Outro dia estava aqui no trabalho num papo furado de que o que a gente (os malucos, os obcecados por cinema) procuramos num filme não é a narrativa, o trabalho do ator, etc etc (melhor seria se eu dissesse não só isso, ou não essencialmente isso), e sim UM ESTILO. Buscamos um filme que tenha um estilo, e que esse estilo a princípio seria dado pelo diretor. Mas o que é estilo no cinema?

Ora, é como nas pessoas: as pessoas tbem têm um estilo, que se manifesta de diversas formas. E a questão é como nos afeiçoamos aos filmes, da mesma forma como às pessoas. Há filmes que se tornam nossos amigos, por mero motivo de circusntância, por terem características em comum, a ponto de relevarmos os seus defeitos e nos tornarmos próximos a eles. Há pessoas que reconhecemos ser grandes ou mesmo ótimas profissionais, mas que, por um motivo ou outro, não nos tornamos amigas delas, talvez por uma questão de oportunidade ou de afinidade. Naquela lista dos 10, 15 filmes que eu fiz antes, não estão os “melhores filmes”, mas os “meus melhores amigos”.
Ainda falta pensar o que seja um estilo. O grande problema é que o que se pode pensar que é um estilo na verdade pode ser meramente um esgar, um cacoete. O grande cineasta é o que busca formar – de forma límpida, clara, cristalina – um estilo, e não os cacoetes, os tiques, os esgares. Estes são superficiais, ilusórios, passageiros; aqueles, sim, mostram uma visão de mundo e de cinema, são íntimos, profundos, essenciais.

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