Um pai, que participava do movimento grevista. Uma esposa que era contra, porque queria o marido mais em casa. Uma filha pequena, criança, que achava que o pai gostava mais do trabalho, da política, do que de sua mãe, sua casa e ela mesma. Uma mágoa. Em casa, seu pai cantava música para sua mãe e para ela. Um momento especial.

25 anos depois. Um filme. A filha canta para o pai a música que ele cantava para ela pequena. O pai não mais se lembra. Mas a música ficou com a menina. Ela conta que a mãe morreu, e nem isso a aproximou do pai. Cada um foi chorar as mágoas num canto. O tempo os aproximou mais.

O pai cantava a música para a menina, que não conhecia a música.
Hoje, a menina (já mulher) canta a música para o pai, que já não se lembra mais da música.
A solidão.
O cinema.
Um filme.
Um país. Rastros de um movimento, de um sonho.

Peões, de Eduardo Coutinho.

Comentários

Anônimo disse…
Pude assistir na minha aula de Sociedade, Multiculturalismo e Direito. Apesar de ser um filme retratando e focando a caminhada e a vida política de Lula, presidente hoje, expõe muito mais do que sua liderança, mostra a vida, os sentimentos do povo que participou, de coração e alma, desse movimento social que fez história, que passou a ser visto posteriormente como um movimento revolucionário, como cultural. Não é a toa que Luis Inácio Lula da Silva está no poder hoje. Vale a pena assistir esse filme. Nos sentimos parte dessa fase da história do Brasil também. Emociona.

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