Depois daquele Baile
de Roberto Bomtempo
Cine Brasília, sab 26 20:30
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Acho que estou ficando um velho sentimental, porque apesar de todos os preconceitos que estavam na minha cabeça antes do filme e de um enorme sono, o longa de estréia do ator Roberto Bomtempo em muito superou a minha expectativa. Não que seja um filme memorável: atravessa o filme um conjunto de clichês e de sentimentos fáceis sobre o amor e a amizade. Uma espécie de comédia romântica da terceira idade pontuada por música o tempo todo e por bons sentimentos.Mas o filme acaba convencendo porque o diretor acredita no filme e o entrega para um conjunto de atores maravilhosos, que levam o filme.E também porque ele segura os tons, e o filme acaba não caindo no dramalhão fácil, embora resvale nele.Um filme sobre o afeto, como Bomtempo fez questão de marcar.Me surpreendeu também a segurança da direção, na decupagem, no trabalho com os atores, no trabalho do tempo e da intimidade das cenas. Ou seja, para um estreante, é um longa bem realizado em seu ofício, e é de um diretor que sabe o que quer.O filme apresenta uma proposta clara de cinema, anida que eu não compartilhe com ela, então cumpre a função de um primeiro filme com mais eficiência que muita coisa que eu já vi por aí.O plano final me emocionou, porque é um sinal de que o reencontro é possível, e depois tem uma bela grua que mostra BH lá no fundo, a cidade pulsando junto com o filme. Meio clichê, mas dá uma arrepio na gente.Nada demais, mas se o cinema brasileiro tivesse mais "bailes" não estaria pior.

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