A Nossos Amores
De Maurice Pialat
CCBB sex 10 17hs
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Fui com uma grande expectativa para ver pela primeira vez um filme de Pialat. Isto é, não vi Loulou, Sob o Sol de Satã, Van Gogh, nenhum desses, tudo porque numa época eu tinha um preconceito bobo com um cinema francês pós-anos setenta, que eu sempre achei chato e pretensioso. Mas apesar de ser chato e pretensioso, é muito melhor do que a maioria das coisas que se vê por aí, então fazendo esse devido desconto, eu vou aos poucos me atualizando com esse cinema francês.

Mas o fato é que, apesar da expectativa, esse filme do Pialat não me pegou. Provavelmente por causa do tema. A primeira meia hora do filme me irritou bastante. É curioso, porque Pialat não faz questão que simpatizemos com a protagonista do filme (uma jovem e ótima Sandrinne Bonnaire), mas ainda assim a superficialidade da postura da personagem me irritou em muito, além do que (tom moralista) não aprovo em nada sua postura para com os homens (apesar disso ser problema meu e não do filme...). De qualquer forma, o tom encontrado por Pialat para contar essa história não me convence, principalmente no conjunto de tapas e atraques histéricos que povoam partes do filme. É inegável que se trata de um trabalho original com os atores (o próprio Pialat parece que faz o papel do pai), e Bonnaire está ótima, mas é o tipo de filme com cujas idéias não compartilho, seja no tema seja na estética. O estilo de Pialat é discreto, mas nada, nada que nos faça associar a cineastas do nível de Bresson ou Straub, como já vi fazendo. Pelo menos por esse A Nossos Amores, a vocação de Pialat parece ser a da crônica farsesca, e nesse estilo apresenta um cinismo particular (como na cena do jantar ao final do filme). Um filme que, se tem os seus méritos (especialmente na visão não moralista dos conflitos da adolescência), definitivamente não vai ficar comigo, porque as coisas que me interessam no cinema passam ao largo do que esse filme busca.

Comentários

Anônimo disse…
assisti este filme e achei ele pretencioso pra caramba
a única sequencia que realmente gostei é quando o Depardieu se depara, na sua caminhada, com uma figura equivalente ao diabo ( o tentando), ali rolam alguns diálogos sinceros.
ae!

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