Mascarautor

Estou começando a acreditar (ou pelo menos hoje eu acredito) que o cinema de autor é uma grande impostura. Os diretores dos filmes passam a querer viver no mundo das celebridades, em que o que importa é muito mais o seu ego pessoal do que o filme. E o que importa é (ou deveria ser) sempre o filme. Falsários, corsários, magnatas: os “autores” desfilam pelas passarelas do mundo da fantasia.

 

Mas isso parte de um pressuposto: o de que o cinema é algo além disso, além dessa longa passarela em que se entende um suntuoso tapete vermelho.

 

Então, o que é o cinema?

 

Para mim, o cinema é um espaço em que podemos tirar as nossas máscaras. Porque na nossa vida do dia-a-dia, temos compromissos, temos responsabilidades, temos deveres a cumprir. Ali no cinema podemos ser nós mesmos, sem ter que vestir máscaras para os outros e para nós mesmos. Por isso, quando estou cansado dessa encenação sem fim eu me refugio no cinema!

 

O cinema então funciona como espaço de encontro, do espectador consigo mesmo, onde a sala escura serve como uma espécie de refúgio e de encontro. Por isso, não acho que a experiência do cinema seja uma experiência coletiva! Os filmes são sempre vistos sozinhos!

 

Os filmes que possuem essa experiência são os filmes que gosto de ver, e essencialmente assim são os modestos vídeos que eu procuro fazer.

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