mINHA VIAGEM À fORTALEZA (4)


Dez é um filme do Kiarostami que dá continuidade a sua busca por uma
depuração de estilo, pela busca de um estilo que ao contrario das
estripulias visuais, quer uma economia, um minimalismo, um "menos" ao invés
de um "mais".
Mas menos para mais, claro. Um campo-contracampo dentro de um carro. O
quadro dentro do quadro. Interior ou exterior?
Um carro no transito. TRansito, uma ideia de percurso, muito cara ao cinema
do Kiarostami.
Aqui não há um discurso propriamente dito, apenas fragmentos de uma
realidade que so conhecemos a partir do discursar, a partir do que cada um
dos personagens diz. I.e nunca vamos saber se a mãe realmente negligencia a
familia ou se o o filho é machista, etc. É claro que não faz sentido
tentarmos ver quem tem a razão, mas apenas temos esses fragmentos da
realidade, e se achamos isto ou aquilo, se nos identificamos mais com um ou
com outro, vai tbem muito pela nossa propria visao de mundo, mais do que a
do filme.
Um IRã que foge do estereótipo do Irã rural que sempre conhecemos a partir
dos filmes iranianos. De uma certa forma, DEz poderia ter sido passado em
qualquer metrópole, apesar de o Irã estar muito presente no filme. Mas ao
mesmo tempo não, é um Irã atípico.
Um cinema digital. O papel da improvisação. A duração do plano. A voz off e
o fora de quadro.

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