Bressane e Brasília

Fiquei com vontade de comentar algumas coisas sobre a repercussão do filme do Bressane no último Festival de Brasília, mas certamente perdi o timing para fazê-lo. Primeiro, sobre a cobertura da mídia, que foi terrível: é só comparar as palavras de O Globo e da Folha de São Paulo para entendermos o viés de cada um dos veículos ao falar de cinema (e olha que Bressane é carioca…). De um lado, um texto bonito da Silvana Arantes quando cobre o gesto de Bressane de pedir para Djin “abençoar” as estatuetas como se fosse uma singela homenagem ao Sganzerla. De outro, o texto acusatório de O Globo (e olha que nem foi o Rodrigo Fonseca…), como se todo o peso do cinema brasileiro estivesse naquela decisão de Brasília. Ainda por outro a hipocrisia da Laís Bodansky, dizendo que “cinema é para ser feito pensando no público”, quando ela faz um filme que eu duvido que dê 150 mil espectadores.

Por outro, falou-se um pouco sobre o filme, mas nenhum dos veículos foi no ponto nevrálgico desse trabalho, provavelmente por puro desconhecimento: Cleópatra não pode ser pensado sem ter em vista o cinema do Straub, especialmente Othon. Isso passou batido por toda a crítica especializada.

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